12/17/2006

Eu gosto de escrever, gosto porque sei que mesmo que ninguém leia, eu estou conseguindo me expressar e não deixar que me escapem todas as idéias.

Começarei pelo fim: não tenho amigos.
Esse final de semana viajei, fui à Búzios e quando deu meia noite de sábado e me veio a matinal insônia mandei um torpedo para amigos, esperando respostas, esperando já que estava sem internet, conseguir passar o tempo no celular e eu acabei decepcionada. Não responderam e os que responderam cortaram a conversa, ou seja, fiquei só. Queria, procurava, gritava por algum amigo mas ninguém respondeu, fiquei chocada, procurei por música ou por qualquer coisa que me destraísse mas foi em vão, estava lá deitada, no colchonete amassado no meio da escuridão e sozinha, sei lá, serviu pra refletir. Sempre considerei que as pessoas vivem sozinhas e que ninguém, infelizmente, pensa em mais ninguém além de si, e, por mais que eu não concorde, procuro tornar meu convívio aceitável. Muitos me criticam, dizem que eu vivo pros outros mas acho que isso não é todo mal, quando sentamos para conversar a tarde, minha familia e eu, notei que minha mãe possuia um brilho no olhar enumerando as minhas bondades que na verdade nem considero tao 'uaal' assim, só porque eu passei de ano direto e agora fico a disposição das pessoas que não conseguiram para que consigam, sabe? Procuro ajudar, estudar, sentar junto, nada demais. Mas uma coisa que eu achei engraçada foi que ela disse com um orgulho, com uma ênfase que eu fui ajudar um menininho a ligar o chuveiro da piscina no qual a coisinha de girar que faz a água sair(esqueci o nome) estava muito alto e ele não alcançava.. tinha muita gente em volta da piscina, do lado dele, e eu estava lá dentro, no fundo, deitada, cansada e mesmo assim saí e fui lá abrir, esperar ele acabar e fechar mas eu achei aquilo tão normal, tão sei lá cotidiano que eu nem acreditei que ela tinha reparado logo nisso..


agora chega, não sei, me deu preguiça de continuar ;b

12/08/2006

É.. pois é, as vezes, só as vezes, queria que alguém me compreendesse, queria poder me expressar plenamente pra alguém.. contar tudo mesmo, sabe? Pena que a sociedade é muito fútil e ninguém tem flexibilidade suficiente para amadurecer. Tenho 17 anos mas as vezes me sinto tão melhor com pessoas de 20, 30 que acho que não sou dessa época, desse mundo. Cada dia mais encontro pessoas que reafirmam a nossa era da "adolescencia perdida" e isso me intristesse. Só tem uma pessoa que eu compreendo e que acho que me compreenderia e eu sei que posso me abrir já que não tem mais ninguém lendo haha. Pois é, pode parecer infantil da minha parte crer que eu seja parecida psicológicamente com a Angelina Jolie mas eu acredito que a gente só nao é plenamente parecidas por influencia do meio(é, aula de biologia.. alguém lembra?) porque ela nasceu com a mãe liberal, o pai divorciou quando ela não tinha nem um ano, eu acho, e eu nasci numa casa completamente amada, sufocada, e fui me moldando assim, e ela, foi se moldando do jeito que é. Mas o dentro, o psicológico e sentimental dela é da mesma essência do meu. A bondade, a ousadia, a timidez, a facilidade de atuar(não, não sou nada. Nada mesmo. Mas porque como disse, cresci em regime fechado, me tornei tímida e com isso, atuo só nos meus show particulares, em vocabulário claro: escapar de confusões, de levar esporro, essas coisas) e outra coisa que eu acho realmente válida é que ela uma vez disse que o difícil era se envolver plenamente, era entregar a alma, ao ser perguntada como atuou tão bem na sua primeira cena de filme(filme de verdade) que ela teve que tocar outras duas mulheres. Sem mencionar que ela inúmeras vezes já disse o quanto acha bonita essa relação entre duas mulheres e é algo que eu realmente concordo. Sou hetero, até onde sei, não consigo me imaginar beijando outra menina mas acho bonito quando vejo um casal junto, se amando, demonstrando esse afeto, esse jeito feminino de ser. Para minha sorte, não cresci com uma vida Hollywoodiana(sei lá como escreve e não to com paciência pra procurar) e com isso aprendi a conhecer, me introzar, conhecer e entender bem dessa troca de almas, desse "se entregar plenamente" não digo em relação a sexo, beijos, nada, mas em relação ao sentimento. Meus amigos, todos, eu conheço. Sei quando estão bem ou mal por um olhar, um caminhar. Tem uma amiga minha que po, só dela falar "oi" comigo na internet eu já sei quase todo o dia dela. Mas eu tiro vantagem disso, nao pra mim, mas para os outros. Por saber exatamente do que eles gostam eu sempre dou um jeito de ir juntando os casais que eu acredito que darão certo. Tenho alto poder de persuasão com as pessoas que eu conheço, sei agradar, sei facilitar, sei alegrar. Já ela, tá aprendendo isso mais agora, a lidar com tudo isso, com os filhos, criança é algo mágico, é uma pequena pessoinha mas que te faz sorrir a qualquer momento, mesmo que o pior esteja acontecendo. E uma coisa que ela nao descobriu e eu já, que ela ainda busca definições é sobre a questão de querer 'ajudar o mundo todo' ela fica sem graça, desconcertada. Bom, o que acontece é simples: todo mundo sabe que não dá pra "abraçar o mundo" de uma só vez, mas não é por isso que a gente vai deixar de ajudar os outros. Se você ajuda uma pessoa, já melhora, mesmo que pouca coisa, mas melhora. Pelo menos, é melhor do que não ajudar ninguém.



Ai ai.. será que um dia consigo fazer ela ler isso?
será que um dia consigo demonstrar nossa similiaridade?
será que algum dia consigo ao menos vê-la? Assim, perto? Como eu vejo meu peixinho descansando no fundo do aquário?

12/07/2006

Esses dias eu estava na rua, de mãos dadas com a minha irmã e um imbecil gritou "Pena que duas moças tão lindas estejam comprometidas" ou alguma coisa desse tipo. Sim, a cantada foi péssima, mas nao mais que isso, ele ficou de gracinha, insinuando sexualidades e preferências e eu te pergunto 'Por que?', quer dizer, podía ser eu e uma namorada, mas nem isso era, era eu e minha própria irmã! O que tem demais eu demonstrar amizade com a minha própria irmã? Aposto que se eu estivesse com um namoradão, enorme, aquele armário, ele nao ia fazer uma gracinha, ou mesmo com um namoradinho mais esmirradinho. Por que? Porque ele tem preconceitos. As pessoas brincam, riem, zoam, mas uma coisa que eu acho engraçado. Se fosse eu, e visse um casalzinho de namoradinhos na rua, nao sairia por aí gritando "Ah, olha que bonitinho! Um casal HETERO! AHHHH HÉÉÉTEEROOO!! AIUEOHUIAEHIAE" sabe? Não funciona assim, se é um casal deixem eles viverem seu amor em paz. E isso vale para todas as pessoas, sendo heteros ou nao, nada difere exceto os sexos em questao. Mas acho que isso é problema de cada um.
Não acho certo as pessoas definirem padrões para uma sociedade sem moral.
Não acho certo pessoas discriminarem outras por gostos ou preferência.
Não acho certo existirem formas certas e erradas de amar.
Não acho certo mesmo.


To sem vontade de escrever.

12/06/2006

Carolina era uma menina diferente, sentia desde sua infância que algo nela diferia das outras meninas de sua idade. Inconformava-se com essas diferenças e faltas de afinidades mas sempre seguiu sua vida de forma 'normal', sempre se adequando a sociedade e as pessoas que nela estavam. Lá para os seus 16 anos, em sua época de maior rebeldia, foi a uma festa, bebeu além da conta e sem que ninguém visse foi amparada por uma outra menina, que ela nunca havia visto mas que, mesmo sem ser amiga dela, a ajudou quando ninguém estava presente. Carolina reconheceu a ajuda da menina e foi logo tratando de trocar telefones e de manter contato com a menina, já que acreditava ter encontrado a pessoa que respondia suas expectativas.
O tempo foi passando e Carolina e Aline foram se tornando super amigas, grudadas mesmo. Até que um dia, quando Aline foi dormir na casa de Carol, após uma festa, as duas alegres..
- Carol, tenho uma coisa para contar pra voce.
- Fala Li, que coisa..
- Po, você jura que nao vai me descriminar?
- Lógico! Que idéia! A gente é ou nao é amiga?
- Ai, que bom! Me senti mais conformada.. po, eu... gosto de meninas.
- Caraaca Aline! Sério? Você é... é..
- Lésbica. Isso.
- Calma, nao precisa ficar assim. Caraaca! Olha, fica tranquila que nada na nossa amizade vai mudar. E posso te pedir um favor?
- Fala Carol, o que é?
- Me dá um beijo?
- AHN!?
- É, sabe o que acontece.. desde aquele dia da festa eu notei que tinha algo de diferente em você, algo de especial. Eu nunca beijei meninas, nunca, mas sinto que você me compreende mais que qualquer outra pessoa e mesmo que isso nao me agrade acho que vale a pena tentar.
- Mas e se não for isso que voce quer? E se isso interfirir na nossa amizade? Poxa Carol, sei lá.
Mas antes que Aline completasse suas indecisões, Carol, que acariciava seu cabelo lentamente o passou atrás da orelha para poder ver todo o rosto de Aline, beijou-a. De forma lenta mas convicta de que estava fazendo pela primeira vez na vida algo que realmente mostrava quem ela era. Aos poucos, Aline, que no começo estava sem reação com toda aquela situação foi se entregando ao beijo. Ela mal acreditava no que estava acontecendo, sempre havia gostado de Carol e só a ajudou na festa porque nao estava mais suportando vê-la naquela situação, se preocupava muito com Carol e sempre que a via, seguia-a com seu olhar antes nunca correspondido mas que agora nao só era correspondido como elas estavam se beijando, por horas, felizes e suspirando.
Quando acordaram, ambas com muita dor de cabeça mas conscientes do que haviam feito na noite passada, elas se olharam tímidas, meio sem graça e permaneceram caladas todo o café da manhã até que a casa se esvaziasse e elas pudessem conversar em paz.
- Olha só Carolina, essa agonia tá me matando, dá pra você me falar alguma coisa?
Mas Carol apenas fitava ela, admirada, sem falar nada. Então Aline já impaciente deitou na cama e fechou os olhos para tentar dormir e ver se acabava com sua ansiedade. Quando, surpresa, ao abrir os olhos se depara com os olhos de Carol, suas bocas quase se encostavam e quando Aline foi fazer um movimento mais próximo, para elas beijarem Carol se afastou um pouco e disse 'Nananinanão, só quem te beija sou eu, ontem voce nao quis, agora eu que tomo a iniciativa.... pra sempre' e esse pra sempre foi absorvido de forma tão magnifícfica por Aline que contagiou todo seu corpo, pulando em cima de Carol e dizendo 'Aé? Pena que eu sou mais forte..' e prendendo Carol com os braços, deu um beijo lindo, molhado, de cinema.
Com o passar do tempo, elas foram vendo que suas vidas se encaixavam e que tudo que elas mais queriam era estar juntas. Trocavam juras de amor e ficavam se olhando por horas sem dizer nada. Era um romance lindo e impecável, pena que todas as pessoas que as cercavam eram muito preconceituosas. Família, amigos, toda vez que era mencionado algo a respeito de homossexualidade, eles cortavam, falavam mal e até mesmo destratavam as pobres meninas que com isso, deixavam transparecer muito pouco o amor que sentiam. Nas ruas, andavam bem próximas, braços encostados mas nunca de mãos dadas. Aline se irritava com essa situação mas Carol a repreendia com medo, medo de caso elas assumissem, houvesse um escândalo e as separassem. No dia de comemoração de 1 ano de namoro escondido, Aline foi denovo dormir na casa de Carol e enquanto se beijavam e tocavam, Aline sussurou que achava melhor assumir tudo de vez e curtir o amor delas em paz. Primeiro para os amigos e depois para a família. E se os amigos se afastassem? - perguntava Carol aflita - Simples, deixava-os para lá, arrumavam outros, sinceros. Amigos que realmente são amigos não se abalam por pequenos detalhes. E assim seguiram, juntas. Muitas pessoas ficaram contra, faziam gracinhas, gritavam e berravam coisas até meio desagradáveis, mas que eram absorvidas com nojo pelas meninas, nojo de todas as pessoas que sempre cercavam elas mas que nunca se importaram realmente com elas, com seus sentimentos e ações. Mas não foram-se todos os amigos, alguns, ficaram e ficam até hoje e fazem grandes coisas pelas meninas. E a família? Bem, aceitar, não aceitou plenamente. Mas os pais respeitam a decisão das meninas e tentam, juntos, conversar e compreender que elas se gostam e são felizes assim, mesmo com conflitos e discussões severas. E assim caminha a vida das meninas, com muita dificuldade mas felicidade e compreensão pra sempre.
Carolina encontrou finalmente o que tanto procurava e conseguiu ser compreendida por todos e começou a viver como ela realmente é, sem máscaras ou joguinhos. E Aline passou a ver que se deve realmente lutar e se mostrar disponível para as pessoas que gostamos porque só assim elas podem tentar enxergar a gente com outros olhos e fazer a relação andar, mesmo que não para um final feliz, como aconteceu, mas pela experiência e coragem de ter seguido em frente.
Fim.

Espero que gostem.
Bom, antes de tudo acho melhor começar contando um pouco da minha história, até mesmo para as pessoas começarem a me conhecer e ver como eu sou e tal. Sou uma menina, tenho 17 anos (não tão menina assim né haha) e escrevo. Escrevo porque acredito que palavras juntas tenham grande significado as pessoas q as lêem. Procuro amigas, histórias, personagens para meus relatos. De início, inventarei aventuras. Mas espero com o passar do tempo poder ser adicionada por pessoas e pessoas para conversar, detalhar, relatar essas coisas. Acredito em amizades virtuais verdadeiras e acredito no poder que esse blog irá me dar se for lido.

Por hoje é só pessoal.

Pedido - 12.03.17

Eu te amo. Eu sei que eu digo muito isso pra você e que as vezes pode parecer que é por força do hábito, mas quero que você saiba que é ...